Marzieh Afkham, a primeira porta-voz do Ministério das Relações Internacionais do país, vai liderar uma missão no leste da Ásia, informou a agência de notícias do Estado. Não está claro para qual país ela será enviada, uma vez que sua nomeação ainda não foi anunciada oficialmente.

Afkham será a segunda embaixadora que o Irã já teve. Sob o domínio do último Xá; Mehrangiz Dolatshahi, uma parlamentar por três mandados conhecida por sua defesa da lei de proteção familiar, que deu às mulheres o direito ao divórcio e à custódia dos filhos, tornou-se embaixadora para a Dinamarca em 1976, posto que manteve até a revolução.

Mulheres no Irã precisam da permissão do marido ou do guardião legal, como o pai, para viajarem para o exterior. O governo também reluta em promover mulheres que são solteiras e não casadas. Foi relatado que Afkham casou-se no ano passado.

Rouhani disse esta semana que via a questão como dever de seu governo criar oportunidades iguais para as mulheres e falou contra a repressão pela polícia religiosa às mulheres que testam os limites do uso obrigatório do hijab ao mostrarem seus cabelos. Contudo, a decisão para revogar práticas discriminatórias não está somente em suas mãos.

Gissou Nia, diretora-adjunta da Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã (ICHRI em inglês), um grupo de direitos humanos proeminente com sede em Nova York, saudou a nomeação de Afkham na terça-feira.

"É certamente uma boa notícia para as mulheres no Irã", Nia disse ao Guardian. "É um passo positivo que a nomeação foi feita. Não tivemos uma embaixadora desde a década de 1970; contudo, isso não alivia as preocupações atuais sobre a legislação pendente no Parlamento iraniano que visa restringir o papel da mulher na esfera pública."